Apesar de ter sua invenção creditada aos holandeses, fica difícil associar as tais rosquinhas fritas a outro país que não os Estados Unidos. Enquanto aqui no Brasil os doughnuts são moda recente, por lá são verdadeira instituição, parte intrínseca da cultura mesmo - algo comparado ao nosso pão de queijo, pode-se dizer?

E, mesmo tendo surgido bem depois da chegada da iguaria à América, uma marca conseguiu se posicionar como a “casa do doughnut original” e se tornar ícone de todo um país. Talvez você nunca tenha ouvido falar, mas muito provavelmente já viu uma caixinha da Krispy Kreme em séries e filmes por aí, normalmente nas mãos de algum policial.

Fachada da loja da Krispy Kreme na TImes Square em Nova York

Fundada em 1937 por Vernon Rudolph na Carolina do Norte, a Krispy Kreme é um belo exemplo de força de marca, sustentada não só pelo imaginário e cheiro de doughnuts recém-assados que vem espalhando pelos EUA há mais de 75 anos, mas sobretudo por uma característica que às vezes escapa para quem busca rápida expansão: consistência e manutenção da qualidade.

Visionário, Rudolph percebeu logo no começo da expansão que seria necessário criar alguma forma de padronização na produção. Entregar a receita nas mãos dos franqueados até funcionava em termos de qualidade, mas entregava uma experiência cada vez diferente para o consumidor. Foi assim que ele desenvolveu um mix pronto que era distribuido para todas as lojas e, algum tempo depois, até mesmo uma máquina que produzia as rosquinhas, deixando o processo mais linear e ágil. Hoje em dia o esquema já é comum entre redes de lojas, mas na época, foi um grande diferencial para a marca.

A arquibancada em formato de caixa de doughnuts convida os clientes a saborearem suas rosquinhas enquanto assistem o processo de fabricação que acontece através do vidro logo em frente

Em 1997, quando completava 60 anos de existência, a Krispy Kreme ganhou status de Ícone Americano do Século XX, com direito a doação de artefatos que fizeram parte de sua história para o Museu de História Americana Smithsonian. Desde então, a fabricante de doughnuts segue em plena expansão com lojas ao redor dos EUA e em países como Canadá, Inglaterra, México e Turquia.

Apesar da expansão internacional, que começou em 2001, ainda faltava para a Krispy Kreme um endereço de respeito na Big Apple. Afinal, com a concorrência acirrada do tempo em que vivemos, mesmo as marcas mais tradicionais precisam reforçar seu posicionamento no mercado. Foi assim que, em 2021, a dona das rosquinhas mais amadas da América finalmente abriu sua flagship store na Times Square, em Nova York.

Com 500 m2, a nova loja da Krispy Kreme na Times Square é um verdadeiro paraíso para os fãs de doughnuts e um passeio bem interessante pra quem não ama tanto assim também, vale dizer. Entre os destaques da loja, está a fábrica, que mostra através de um vidro todo o processo de produção das rosquinhas e serve como ótimo entretenimento tanto para quem está na fila do caixa, quanto para quem senta na arquibancada enquanto come os seus.

Quem passa por lá encontra também uma série de produtos e souvenirs da marca, como camisetas, bonés, chaveiros e copos, além de sabores de doughnuts exclusivos da unidade, como o Big Apple Doughnut, que é em formato de maçã e vem até em uma caixa especial.

Além dessas atrações, a loja ainda conta com uma janela de pick-up virada para a calçada que fica aberta 24h por dia e atende aqueles que chegam com pressa ou após o horário de funcionamento da loja. Por fim, vale reparar também no maior hot light da marca no mundo, o letreiro em neon que fica na fachada da loja e acende cada vez que sai uma nova fornada.

Eis aqui um belo exemplo de marca tradicional que tem mostrado saber se reinventar e manter-se relevante, buscando se modernizar sem perder o principal, a sua essência. E aí, o que acharam da nova loja da Krispy Kreme? Me conta aqui nos comentários!