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Roman and Williams Guild | Ressignificando o varejo

Roman and Williams Guild | Ressignificando o varejo

Entre as questões que mais trago aqui está a ressignificação do varejo físico como conhecemos hoje. É interessante observar como as marcas têm interpretado e reagido às mudanças e demandas do consumidor atual.

Há quem apele para a tecnologia - como a Nike, a Dyson e a Samsung com suas telas de LED enormes, efeitos de luz e serviços automatizados. Outros preferem manter a tradição e se tornar pontos turísticos - como é o caso do Pat's King of Steaks e da Katz Delicatessen. Por outro lado, há também quem esteja procurando formas de se humanizar e aproximar cada vez mais do cliente através da sustentabilidade e incentivo à atividades mais ‘down to earth’.

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E é exatamente essa última linha que a loja de hoje escolheu seguir. Em um espaço que mistura loja de móveis e decoração, livraria e restaurante, a Roman and Williams Guild é um verdadeiro convite para desacelerar e aproveitar o momento, consumir - ou apenas admirar - produtos de qualidade e bom gosto indiscutíveis.

Aberta em 2017 na esquina das ruas Howard e Mercer no Soho em NY, a Roman and Williams Guild é o projeto de vida do renomado casal de designers, Robin Standefer e Stephen Alesch - nomes por trás do design do The Standard Highline, Ace Hotel e British Galleries do MET, entre outros.

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Entrar na loja é como ser transportado para um outro mundo em meio ao caos nova iorquino - mas não se engane pelo ar mais rústico do lugar. O visual merchandising aconchegante lembra uma casa de campo daquelas dignas de filme com direito a muita madeira, peles, objetos artesanais e antiguidades - tudo lá transpira sofisticação e bom gosto.

A loja, que é uma mistura de showroom, restaurante, floricultura e refúgio da cidade, demonstra claramente a devoção dos fundadores pelo storytelling, pela criação e pela conexão. Quem entra pela Mercer, chegará ao La Mercerie - restaurante francês comandado pela Chef Marie-Aude Rose - com uma loja de decoração ao fundo. Já quem entra pela Howard verá o inverso: uma loja de decoração com um restaurante no fundo. É tudo uma questão de ponto de vista.

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A ideia de misturar comida com decoração tem como objetivo passar a sensação intimista e aconchegante de estar entrando em uma casa incrível para um jantar. Bonita, elegante e refinada, a Roman and Williams Guild foi feita para as pessoas passarem o dia, e se distraírem da correria da cidade. Descendo uma escada aos fundos da loja, está a livraria operada pela editora Phaidon, com livros super selecionados e até algumas relíquias como exemplares autografados e primeiras edições.

No fundo da livraria, que é montada como se fosse a biblioteca de uma casa super refinada, fica a sala destinada a jantares e eventos privativos - também com ambientação impecável e similar a de uma casa.

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Quanto aos móveis e objetos de decoração, a Roman and Williams Guild reune uma mistura de designs originais, antiguidades e peças importadas de países distantes como Japão e Suíça. A curadoria dos produtos é extremamente rigorosa e tem como foco a sustentabilidade, significado histórico e qualidade das peças - ou seja, são objetos feitos para durarem uma vida.

Uma das coisas que eu mais gostei na Roman Williams Guild é a sensação de acolhimento que a loja passa apesar de ser extremamente sofisticada. Ninguém te olha feio ou questiona a sua presença, você pode passar horas lá dentro só admirando os objetos, a decoração, tomando um café no restaurante ou olhando os livros.

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Afinal, a ideia dos fundadores era exatamente essa ao criar a loja: "Você não precisa de uma cama de 42 mil dólares para gostar de olhar para ela, mas se quiser, nossos vendedores estarão prontos para providenciar a entrega.” Sobre o fator encantamento e como manter o cliente fiel: “Você não precisa comprar uma xícara de café na Marie-Aude, mas você vai querer voltar para ver as flores da Emily Thompson, que estão sempre mudando".

Ou seja, a Roman and Williams Guild é a mistura perfeita de loja chique com espaço aspiracional - talvez você não possa comprar os produtos que eles vendem, mas pode sonhar e se inspirar com eles. Um ótimo exemplo de varejo de experiência bem pensado e adaptado para o mercado e público-alvo. Afinal, segundo o fundador da marca, “o varejo não está morto, só está um pouco sem graça.”

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