MUJI e o Princípio do Design Inteligente: Selecionar, Racionalizar e Simplificar
Você sabe o que significa design?
Design não envolve apenas "criar coisas bonitas," como o senso comum nos faz pensar. O design vai muito além da forma, do que é agradável aos olhos. Design significa também funcionalidade. Bons designs são simples, são intuitivos e fáceis de manusear. Bons designs são econômicos, evitam etapas e materiais que não sejam extremamente necessários. Bons designs são sustentáveis, são duradouros.
Repare nas embalagens padronizadas e extremamente simples. O rótulo se resume ao nome do produto.
Foi com esses princípios em mente que a MUJI foi criada no Japão em 1980 como oposição à "febre pelas marcas," o consumo baseado em status, sem necessariamente levar a qualidade em conta, que crescia exponencialmente no país naquela época.
MUJI é a abreviação de uma frase em japonês que significa algo como "produtos sem marca e de qualidade." Os princípios que definem a proposta de negócio da MUJI desde a abertura da primeira loja e que continuam sendo seguidos à risca até hoje, depois de 700 lojas espalhadas pelo mundo, são:
1. Seleção de Materiais
2. Racionalização dos Processos
3. Simplificação das Embalagens.
Acessórios para viagens
Roupas feitas com shitake e restos de lã que seriam descartados
Mais do que uma loja de roupas ou uma loja de objetos para casa, a MUJI representa um princípio, uma espécie de lifestyle. Todos os produtos vendidos pela MUJI utilizam apenas materiais naturais e sustentáveis, todos os designs são extremamente simples e funcionais, os preços são justos e a qualidade é sempre excepcional.
A MUJI não utiliza nenhum processo de fabricação que sirva apenas como parte do "embelezamento" do produto. Você não vai encontrar estampas, tingimentos, bordados e outros acabamentos que não sejam extremamente necessários para a funcionalidade do objeto. É assim que boa parte dos custos são cortados, possibilitando a competitividade dos preços e a alta qualidade.
Móveis e utensílios para casa, tudo super clean e funcional
Um dos maiores sucessos de venda da MUJI são os difusores de aromas
Como descrito no site da empresa, os produtos da MUJI não foram feitos para serem comprados com a ideia de "era exatamente isso o que eu queria," mas com o pensamento de "isso vai servir." Eu diria que é a definição perfeita de consumo consciente. Você não compra pela marca ou pela cor ou pela beleza. Você compra pela qualidade, pelo preço, pela funcionalidade e pela necessidade.
Prova de que esses "consumidores do futuro" já existem? A MUJI não para de expandir!
Mas e ai, o que vende a MUJI afinal? Tudo e mais um pouco eu diria... Roupas, malas, acessórios para viagem, plantas, comida, objetos para casa, itens de papelaria, difusores de aroma, embalagens para cosméticos, móveis e até casas pré-fabricadas. Tudo feito sempre pensando na funcionalidade e simplicidade. A ideia é que todos possam entender como usar cada item sem precisar de instrução ou tradução (tanto que algumas embalagens só tem escritos em japonês).
Customize os cadernos, cartões e sacolas comprados na MUJI, que não tem nenhum tipo de decoração.
Os produtos da MUJI também procuram resolver problemas de organização e aproveitamento de espaço (as casas estão cada vez menos espaçosas). Por exemplo, eles tem um "toca CDs" de colocar na parede, caixas que se empilham perfeitamente e compartimentos para todo e qualquer tipo de objeto. Tudo é padronizado, "empilhável," dobrável e utilizável para mais de uma função.
Tão simples e tão genial ao mesmo tempo. Como ninguém pensou nisso antes?
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Obs: para mais sobre design e a relação de forma e função, não deixe de assistir o documentário "Objectified," disponível para aluguel no YouTube.
