Mansur Gavriel e o poder das "it-bags"
Quem criou o conceito de it-bag é certamente um gênio do marketing e sabia exatamente como atingir seu público-alvo. Pra quem não sabe, as it-bags são bolsas de marcas de luxo que por algum motivo x ou y (normalmente por influência de celebridades), se tornaram itens desejo entre mulheres do mundo todo.
Quem nunca ouviu falar na Birkin Bag da Hermès? Ou da Gabrielle, da Chanel, por exemplo? Essas são só algumas das bolsas classificadas como "it-bags" pelos consumidores de moda. A marca do post de hoje ganhou destaque mundial exatamente por ter criado uma bolsa que virou febre entre as fashionistas: a bucket bag.
Fundada em 2012 por duas mulheres: Rachel Mansur e Floriana Gavriel, a Mansur Gavriel conquistou suas fãs pela estética minimalista, baseada na simplicidade, na arquitetura e formas da natureza. O case da marca é bem interessante, especialmente porque é difícil emplacar uma marca de luxo nova, sem "tradição" como é o caso de marcas como Gucci, Chanel, Saint Laurent, Dior, entre outras.
Segundo o Business of Fashion, a Bucket Bag da Mansur Gavriel foi a primeira it-bag a surgir depois da crise de 2008. E eu arrisco aqui um palpite para o motivo do sucesso: o design básico e o preço mais acessível.
O consumidor pós-crise se tornou mais consciente dos seus gastos e mudou a percepção de luxo. Ao invés de ter dez bolsas de cores e tamanhos variados, porque não ter uma boa bolsa de design mais básico que possa ser usada em mais ocasiões? Eis aí o apelo dos acessórios da Mansur Gavriel.
As bolsas e sapatos são desenvolvidos em Nova York, aonde as fundadoras da marca estão localizadas, e depois produzidos na Itália. Os preços dos produtos variam entre U$400 e U$1300 e podem ser encontrados em todas as maiores lojas multimarcas do mundo. Em 2016, a Mansur Gavriel inaugurou sua primeira loja no Soho em Nova York, que virou sensação por seu visual merchandising minimalista e rosa claro, cor que simboliza a marca.
A marca investiu em experiências e ambientes altamente "instagramáveis" como atração nas lojas. A loja de NY, por exemplo, tem um flower shop dentro, pra você sair de lá já com as flores para decorar a sua casa. Já a recém-inaugurada loja de Los Angeles conta com um café no interior.
A estratégia da Mansur Gavriel baseia-se na consistência, com imagem e estética bem definidas. Você vai encontrar novos designs e até novas formas, mas certamente não encontrará itens estampados, bordados ou cheios de detalhes, característica que acaba gerando toda uma legião de clientes fiéis que se identificam com aquela estética, ou até aqueles que valorizam designs atemporais, ou seja, que podem ser usados por anos sem ficarem "velhos˜.
O que observamos aqui é exatamente o movimento contrário às marcas de fast-fashion, que mudam seus produtos constantemente e seguem tendências ao invés de uma estética definida. E é interessante observar como esses dois movimentos coexistem em um mesmo mundo. Estará um deles fadado a desaparecer ou será exatamente a democracia de poder consumir dos dois "mundos" o grande trunfo do mercado da moda do século XXI? Para pensar e observar!
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