Amazon Go: a tecnologia contactless nunca fez tanto sentido
Um mundo sem contato, em que todas as compras, encontros e comunicações são feitas online. Um mundo onde as pessoas ao invés de sairem para encontrar os amigos, fazem happy hours virtuais - cada um na sua casa. Parece história de filme de ficção científica, mas de repente se transformou em realidade.
Mal podia a gente imaginar no começo desse ano, lá em NY, acompanhando as tendências de varejo na NRF 2020, que um vírus microscópico estava chegando para transformar e sacudir todo o mercado e a nossa forma de ver, viver e significar as coisas.
Se já falávamos que ter uma estrutura omnichannel era fundamental para sobreviver no mercado, agora ficou mais que claro - os varejistas que tem presença 100% offline viram seus caixas zerados da noite para o dia sem ter nenhum outro recurso para poder continuar pagando as contas.
E aquele papo da importância do storytelling? A importância de criar um conteúdo relevante, senso de comunidade e se conectar com seu cliente? Também se tornou ainda mais fundamental! Algumas marcas podem até não estar vendendo como gostariam, mas pelo menos estão mantendo a conexão com seus clientes através do conteúdo - essas serão as marcas lembradas quando tudo isso passar.
Preciso acrescentar que o foco na humanização (que citei como principal tendência da NRF 2020) vai ganhar proporções ainda maiores? As pessoas estão repensando seus relacionamentos, suas formas de enxergar o mundo e se relacionar com o consumo. A sustentabilidade ganhou ainda mais destaque, assim como a necessidade de colaboração entre pessoas, organizações e países.
Enfim, entre todas essas reflexões e a certeza de que muitas mudanças virão, fiquei me perguntando se as tecnologias contactless, como da Amazon Go, vão se tornar ainda mais populares. Lojas em que as pessoas podem simplesmente entrar, pegar o que desejam e sair, com o mínimo de tempo e contato possível.
Pra quem não conhece, a Amazon Go é a loja de conveniência/mercado com tecnologia just walk out da Amazon. Para entrar e comprar, o cliente só precisa ter o aplicativo Amazon Go instalado no celular com uma conta cadastrada, escanear o QR Code para abrir a cancela na entrada, entrar na loja, pegar os produtos que deseja e sair.
Não existem caixas e nem filas. É através de um sistema de câmeras e QR Codes que a loja consegue identificar exatamente qual foi o produto retirado da prateleira pelo cliente, colocando-o diretamente no carrinho virtual. O sistema identifica inclusive se a pessoa devolveu o produto na prateleira e tira automaticamente do carrinho virtual. Incrível, não?
A principal crítica para esse modelo de loja é a eliminação de alguns empregos, como os caixas e empacotadores. Porém, a empresa afirma que essa equipe se transforma no back office da loja - fazendo o controle de estoque, reposição e assistência para os clientes. O modelo se provou inclusive mais eficaz na eliminação de furtos - ninguém consegue entrar sem ter o app e portanto não tem como sair sem pagar, por mais que se esconda o objeto.
Olha só como funciona todo o processo:
Eu fiz o teste na minha visita e o sistema é realmente eficiente. Em poucos minutos e sem precisar de nenhum tipo de interação com outras pessoas, eu estava de volta na rua com a minha compra. Seria bem conveniente ter mercados com esse sistema em uma situação como a que vivemos hoje. Será essa a deixa para esse tipo de tecnologia se popularizar?
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