Paint & Drink e o porquê de investir em experiências
Uma das coisas que mais gosto sobre estudar e observar o mercado do varejo é de como as tendências e comportamentos de consumo refletem a sociedade em que estamos vivendo. Se as pessoas estão mais ocupadas, elas precisam de invenções que as ajudem a poupar tempo. Se o formato das famílias mudaram, elas precisam de novas facilidades para o cuidado da casa e dos filhos. Se o acesso à informação sobre saúde aumentou, elas precisam de produtos que atendam aos novos padrões - e por aí vai. É seguindo essa linha de pensamento que a gente entende o surgimento de empreendimentos como o de hoje: o Paint & Drink.
Pintar e beber? Isso mesmo, o nome já diz tudo. Um espaço para você ir (sozinho ou acompanhado), pegar um punhado de tinta, pincéis, uma tela e pintar enquanto aprecia uma taça de vinho. Ok, talvez agora você esteja se perguntando: mas as pessoas realmente estão pagando para experiências como esta? A resposta é sim.
O conceito surgiu em 2007, na Carolina do Norte em um contexto de recuperação dos danos causados pelo furacão Katrina. Duas mulheres começaram a promover esses encontros no quintal de casa como uma oportunidade para as pessoas se reunirem, se conectarem e esquecerem dos problemas, pelo menos por algumas horas. Hoje, já são mais de 1.000 espaços voltados para a arte de pintar e beber espalhados pelos EUA, Europa e Canadá - e agora também pela primeira vez em São Paulo.
Através de uma experiência imersiva e lúdica, o Paint & Drink tem como propósito ajudar a promover a saúde mental das pessoas - um momento para relaxar, interagir com a arte, absorver um pouco de conteúdo e esquecer o certo e errado.
A ideia de trazer o modelo de negócio para a capital paulista surgiu durante um ano sabático tirado para repensar o ritmo de trabalho. Vinda de uma carreira no marketing de grandes empresas como Alpargatas e AmBev, Fernanda Kobayashi trocou o plano inicial de se tornar CEO pelo empreendedorismo e o desejo de fazer algo que trouxesse propósito não só para si, mas para outras pessoas também.
“A verdade é que eu estava trabalhando muito - comecei a repensar a minha vida e me perguntar se era isso mesmo que eu queria. Foi um processo longo de autoconhecimento e transformação até eu me dar conta que na verdade eu não seria feliz sendo uma CEO de uma grande empresa - pedi demissão e fui passar um tempo estudando e explorando novas oportunidades no exterior. Assim que conheci o conceito do paint and drink e resolvi trazer para o Brasil.”
As oficinas do Paint & Drink em São Paulo acontecem (por enquanto) de duas a três vezes por mês, normalmente em galerias de arte. “Não quis ter ponto fixo por uma questão de custo, mas também pelo fato de que a atmosfera muda completamente a experiência. Quis também trazer uma cápsula de conhecimento artístico - que senti falta nas versões estrangeiras - assim as pessoas saem de lá com no mínimo algum conhecimento técnico ou cultural sobre o tema, seja o nome da obra de arte, curiosidades sobre o artista ou estilo de pintura” conta Fernanda.
Agora trazendo para o contexto do varejo em si, o crescimento de empresas como o Paint & Drink diz muito sobre tendências e novos comportamentos que precisamos observar e entender como aplicar para cada tipo de negócio. Entre eles:
A busca cada vez maior das novas gerações por experiências - especialmente se estas vierem carregadas de propósito.
Necessidade de humanização e criação do senso de comunidade e pertencimento em um mundo cada vez mais 'frio’ e tecnológico.
A mudança da percepção de sucesso - longas jornadas de trabalho, roupas formais e escritórios envidraçados já não fazem parte do sonho da grande maioria dos jovens profissionais.
O crescimento do movimento pelo autoconhecimento e hábitos de vida mais saudáveis.
E aí, a sua empresa já está preparada para os consumidores de 2020? Se não, que tal começar a pensar em formas de se reinventar para atender às novas necessidades?
Para mais informações sobre o Paint & Drink acesse: www.paintdrink.art