Wonder Photo Shop e a Inclusão da Tecnologia no Mundo Analógico
Como leitora voraz adepta dos livros de papel, apaixonada por livrarias e bibliotecas e com experiências profissionais em revistas de moda, eu sempre me questiono sobre a possível/tão falada extinção dos meios de comunicação impressos.
Será que os livros e revistas serão, em um futuro próximo, definitivamente substituídos por tablets, ebooks, smartphones? É aquela mesma questão sobre os cinemas que discuti aqui algumas semanas atrás.
Eu não acredito que livros, revistas, cinemas, deixarão de existir, mas que vão apenas evoluir e se transformar. Vários cairão no caminho, mas aqueles que souberem identificar tendências, entender o público, utilizar a tecnologia a seu favor e, é claro, oferecer produtos e serviços de qualidade, estarão sempre presentes no mercado.
Nessa mesma categoria de "produtos de papel" que correm risco de extinção, estão as fotos impressas. Entre as minhas memórias de infância que, diga-se de passagem não faz tanto tempo assim, estão as idas frequentes à lojas de fotografia para "revelar" as fotos do aniversário, da viagem, do natal, enfim. E, de repente, os negativos viraram CDs, pen drives, armazenamento nas nuvens. Os álbuns viraram scrapbooks, Facebook, Instagram, vídeos de YouTube...
Várias marcas e lojas de fotografia deixaram de existir e, outras, estão tendo que se reinventar. Como é o exemplo do case dessa semana.
A Wonder Photo Shop, loja da Fujifilm que abriu na região do Flatiron em Nova York em 2016, é o que eles definem como a "Renascença da Fotografia." A pergunta aqui não é "como fazer para substituir a impressão de fotos?", mas sim "como transformar a impressão de fotos em algo que continue sendo atrativo para o consumidor do século XXI?"
Eis a alternativa encontrada pela Fujifilm: uma loja que transforma o ato de imprimir fotos em algo romântico, artístico, cool. Uma forma de transformar lembranças em presentes e itens exclusivos. Isso sem falar nas atividades e produtos altamente "Instagramáveis".
Um dos grandes sucessos da Fujifilm, por exemplo, são as câmeras Instax, a versão de câmeras "Polaroid" da marca. As câmeras que imprimem as fotos na hora voltaram à moda e viraram hit entre os jovens pelo efeito artsy e, é claro, por resultar em "fotos da foto" altamente compartilháveis nas redes sociais.
Segundo o site da marca, a Wonder Photo Shop foi criada com o objetivo de ser uma espécie de espaço criativo que "une as fotos à sua imaginação e as leva mais longe". Além de imprimir fotos digitais da forma tradicional, na Wonder também é possível criar álbuns, convites, cartões e presentes utilizando fotos (canecas, apoios de copo, quebra-cabeças, quadros, etc).
Isso sem falar nos álbuns e materiais para scrapbook, DIY workshops (aulas de como fazer presentes com fotos), eventos, e sessões de dicas de como usar a Instax de formas criativas. Para a interatividade dos visitantes e geração de experiências, a loja tem também um photo booth, um "espaço criativo" para a montagem de álbuns e produtos, um canto com café e água, e máquinas self-service de impressão de fotos.
Tudo pensado para resgatar o sentido de imprimir fotos e trazer as memórias de volta para o mundo analógico.
E então, o que você acha sobre o investimento das marcas de fotografia em lojas como esta? Que outros produtos você vê passando por transformações influenciadas pelo mundo virtual? Compartilhe a sua opinião conosco!